agonia
armâneashti

v3
 

Agonia - Workshopuri Artistitsi | Nomuri | Mission Contactŭ | Ânyrâpsea-ti
poezii poezii poezii poezii poezii
poezii
armana Poezii, Poezie deutsch Poezii, Poezie english Poezii, Poezie espanol Poezii, Poezie francais Poezii, Poezie italiano Poezii, Poezie japanese Poezii, Poezie portugues Poezii, Poezie romana Poezii, Poezie russkaia Poezii, Poezie

Articolŭ Farâ Antritseari Eseu Multimedia Lucri tsi suntu mash ti membru Poezii Presâ

Poezii Rom�nesti - Romanian Poetry

poezii


 


Texti di idyiul autorŭ


Adutsearea pi armâneashti a alushtui textŭ
0

 Minduiarea a membrilor


print e-mail
Mutriri: 5723 .



O Relógio
poezii [ ]

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
di [João_Cabral_de_Melo_Neto_ ]

2009-08-17  | [Aestu textŭ lipseashti s-hibâ dghivâsitŭ tu portugues]    |  Ânyrâpsitŭ tu bibliotecâ di Andrei - Tiberiu Măjeri



1.

Ao redor da vida do homem
há certas caixas de vidro,
dentro das quais, como em jaula,
se ouve palpitar um bicho.

Se são jaulas não é certo;
mais perto estão das gaiolas
ao menos, pelo tamanho
e quadradiço de forma.

Uma vezes, tais gaiolas
vão penduradas nos muros;
outras vezes, mais privadas,
vão num bolso, num dos pulsos.

Mas onde esteja: a gaiola
será de pássaro ou pássara:
é alada a palpitação,
a saltação que ela guarda;

e de pássaro cantor,
não pássaro de plumagem:
pois delas se emite um canto
de uma tal continuidade

que continua cantando
se deixa de ouvi-lo a gente:
como a gente às vezes canta
para sentir-se existente.


2.

O que eles cantam, se pássaros,
é diferente de todos:
cantam numa linha baixa,
com voz de pássaro rouco;

desconhecem as variantes
e o estilo numeroso
dos pássaros que sabemos,
estejam presos ou soltos;

têm sempre o mesmo compasso
horizontal e monótono,
e nunca, em nenhum momento,
variam de repertório:

dir-se-ia que não importa
a nenhum ser escutado.
Assim, que não são artistas
nem artesãos, mas operários

para quem tudo o que cantam
é simplesmente trabalho,
trabalho rotina, em série,
impessoal, não assinado,

de operário que executa
seu martelo regular
proibido (ou sem querer)
do mínimo variar.

3.

A mão daquele martelo
nunca muda de compasso.
Mas tão igual sem fadiga,
mal deve ser de operário;

ela é por demais precisa
para não ser mão de máquina,
a máquina independente
de operação operária.

De máquina, mas movida
por uma força qualquer
que a move passando nela,
regular, sem decrescer:

quem sabe se algum monjolo
ou antiga roda de água
que vai rodando, passiva,
graçar a um fluido que a passa;

que fluido é ninguém vê:
da água não mostra os senões:
além de igual, é contínuo,
sem marés, sem estações.

E porque tampouco cabe,
por isso, pensar que é o vento,
há de ser um outro fluido
que a move: quem sabe, o tempo.

4.

Quando por algum motivo
a roda de água se rompe,
outra máquina se escuta:
agora, de dentro do homem;

outra máquina de dentro,
imediata, a reveza,
soando nas veias, no fundo
de poça no corpo, imersa.

Então se sente que o som
da máquina, ora interior,
nada possui de passivo,
de roda de água: é motor;

se descobre nele o afogo
de quem, ao fazer, se esforça,
e que ele, dentro, afinal,
revela vontade própria,

incapaz, agora, dentro,
de ainda disfarçar que nasce
daquela bomba motor
(coração, noutra linguagem)

que, sem nenhum coração,
vive a esgotar, gota a gota,
o que o homem, de reserva,
possa ter na íntima poça.

.  |










 
poezii poezii poezii poezii poezii poezii
poezii
poezii Casa a Literaturiljei, a poeziljei shi a culturâljei. Ânyrâpsea sh-hârsea-ti di articoli, eseuri, prozâ, poezie clasicâ sh-antritseri (concursuri). poezii
poezii
poezii  Caftâ Pi Net  Agonia - Workshopuri Artistitsi  

Nu ufilisits texti dit site fârâ s-nâ spunets.
Copyright 1999-2003. Agonia.Net

E-mail | Politicâ di scuteari tu miydani sh-confidentsialitati

Top Site-uri Cultura - Join the Cultural Topsites!